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BIOGRAFIA

ROSA (Franco), (Maria) Clotilde (Belo de Carvalho) nasceu em  Queluz, a 11 de Maio de 1930.

Compositora, harpista, professora. Individualidade importante na divulgação da música contemporânea em Portugal.

Cresceu no seio de uma família de forte tradição musical, sendo o seu pai o violinista e tenor José Rosa  (19 Dez. 1895 - 12 Mar. 1939) e a sua mãe a pianista e harpista Branca Belo de Carvalho Rosa (11 Jan. 1906 - 28 Out. 1940). Obteve as primeiras aulas particulares de piano aos dez anos, tendo terminado em 1949 o Curso Superior no Conservatório Nacional de Lisboa com a professora Ivone Santos. Começou a estudar harpa na mesma instituição aos 12 anos com Cecília Borba, finalizando o Curso Completo de Harpa em 1948, sendo este o instrumento a que se dedicou profissionalmente.

Recomeçou os seus estudos em 1958, fazendo parte dos Menestréis de Lisboa dirigidos por Santiago Kastner, com quem estudou baixo cifrado aplicado à harpa e interpretação de música antiga. De 1960 a 1963 recebeu bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian e do governo holandês para estudar harpa particularmente com Phia Berghout em Amesterdão. Em 1964 estudou harpa com Jacqueline Borot em Paris, e realização de baixo cifrado em 1967 com Hans Zingel na Colónia, Alemanha, com subvenções da Fundação Calouste Gulbenkian.

Foi no verão de 1962 que Mário Falcão lhe propôs tocarem Imagens sonoras, uma peça para duas harpas composta por Jorge Peixinho, o que ocasionou a aproximação de Clotilde Rosa a este compositor e ao meio musical português de vanguarda, um contacto fundamental para a sua vida. No seu desenvolvimento musical foram também importantes os cursos a que assistiu em Darmstadt a partir de 1963.

Durante os anos sessenta pertenceu a um grupo de músicos reunido por Jorge Peixinho, que deu origem em 1970 ao Grupo de Música Contemporânea de Lisboa. Na continuação do seu interesse pela música antiga, formou, nos fins dos anos setenta, com Carlos Franco e Luísa de Vasconcelos, o Trio Antiqua. A nível orquestral, fez parte da Orquestra Sinfónica do Porto e da Orquestra Sinfónica Nacional, ambas da Emissora Nacional, tendo colaborado com as orquestras do Teatro Nacional de S. Carlos e da Fundação Calouste Gulbenkian.

De 1987 a 1989 deu aulas de Análise e Técnicas de Composição na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, transitando para a classe de Harpa de 1989 a 2000. Foi nesta época que foi introduzida, por Clotilde Rosa e pela primeira vez em Portugal, a música contemporânea no programa curricular de harpa. Entre as suas actividades, tem também integrado a Comissão Sectorial da Música Erudita da Sociedade Portuguesa de Autores.

É em 1974, a convite de Jorge Peixinho, que esboça o seu primeiro trecho musical, na obra colectiva In-con-sub-sequência. Assume-se como compositora em 1976 com a obra Encontro. Levada à Tribuna Internacional de Compositores de Paris por Joly Braga Santos e Nuno Barreiros, por proposta de Jorge Peixinho, a peça foi gravada na RDP e atingiu o 10º lugar ex-aequo, entre 60 obras de 30 países. Obteve também o 1º Prémio no Concurso Nacional de Composição da Oficina Musical do Porto com Variantes I, para flautista solo.

Numa era de grande intercomunicabilidade a nível mundial, em que as linguagens se misturam e globalizam, Clotilde Rosa acredita na ligação e influência do meio em que vive um compositor e na importância das suas raízes. Tendo originalmente uma formação musical tradicional, considera-se essencialmente autodidacta, valendo-se da sua vivência musical e sobretudo da sua experiência como intérprete. No domínio da composição, frequentou apenas algumas aulas de Contraponto com Jorge Croner de Vasconcelos, de Composição com Jorge Peixinho, assistiu a aulas de Análise de Álvaro Salazar e trabalhou Instrumentação com Carlos Franco. Apesar da sua apetência para o experimentalismo sonoro, de que são exemplos As quatro estações do ano e Projecto-collage, nunca se proporcionou trabalhar num estúdio de música electroacústica, sendo a sua obra maioritariamente para voz ou instrumentos acústicos.

A sua música, ricamente colorida, possui um forte conteúdo dramático e emocional. Clotilde Rosa descreve o material utilizado na construção da sua linguagem como: vasto, com uma herança de raiz serial muito livre, no emprego de 3 acordes de 4 sons quase como um fio condutor que habita frequentemente as minhas obras, organizando-me paralelamente, criando pequenas células que fazem aparecer fragmentos temáticos, módulos rítmico.

Considera-se actualmente, e numa perspectiva alargada, como pós-serialista.

Texto de Patrícia Bastos

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Este site foi actualizado pelo última vez em 03/05/03